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Diretor da Consultoria Indigo Pharma, Daniel Feliciano Ferreira
Formado em História pela USP, Daniel Feliciano Ferreira passou os últimos três anos como diretor de Divisão Internacional do EMS, vivendo em Milão, na Itália, tendo como responsabilidades operações comerciais e regulatórias em três países - Itália, Espanha e Portugal. Atualmente, à frente da Consultoria Indigo Pharma, vive na Holanda, onde foi entrevistado pelo Top Team, e colabora com empresas portuguesas, Italianas e brasileiras interessadas no mercado europeu, bem como empresas européias interessadas no mercado brasileiro.
A maior dificuldade encontrada por um profissional brasileiro que atua no exterior
A relativa falta de credibilidade da Indústria Farmacêutica brasileira no exterior. Em comparação com países como a Índia, a participação brasileira é muito limitada. Por outro lado, orgulho-me de ter estado à frente de um difícil e bem-sucedido processo de aprovação de uma versão genérica do principal produto para transplantes disponível no mercado europeu. Nenhuma outra empresa de nenhum outro país obteve um registro da Ciclosporina nos mercados Inglês e Alemão, apenas a empresa brasileira para a qual trabalhava.
A maior vantagem competitiva que possui um profissional brasileiro para atuar no exterior
O hábito de lidar com crises e com mudanças no ambiente de negócios. Os profissionais europeus, de modo geral, estão mais acostumados à realidades estáveis e regras de jogo imutáveis. Veja a situação do mercado alemão, por exemplo. Implementaram uma nova modalidade para reembolso e compra dos medicamentos, desencadeando uma crise profunda em algumas das mais tradicionais empresas produtoras de genéricos na Alemanha (as maiores da Europa até então). Penso que temos uma capacidade desenvolvida, ao longo dos anos, de lidar melhor com essas mudanças radicais de cenário.
Dicas para quem está prestes a ser um "expatriado"
Conhecer a realidade política e cultural do país em que se vai viver. Convivi com profissionais que eram capazes de fazer seu trabalho no Brasil, mas não conseguiram estabilizar-se na Europa, pela completa falta de empatia com a população local. Tivemos colegas que, após dois anos de Itália, não conheciam o presidente ou mesmo noções básicas sobre a história e cultura do país (como o uso adequado da língua, por exemplo). Formação cultural é a principal ferramenta do profissional expatriado.
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